Dr. Antônio Rahal - Médico radiologista especializado em tireoide
É necessário tomar hormônios tireoidianos após a ablação?

Após a ablação da tireoide, é comum necessitar de hormônios tireoidianos substitutos para manter as funções metabólicas normais.
A ablação da tireoide, um procedimento médico que destrói a glândula tireoide ou parte dela, muitas vezes exige que os pacientes tomem hormônios tireoidianos após o procedimento. Esta necessidade surge porque a tireoide desempenha um papel crucial na regulação de vários processos metabólicos no corpo, produzindo hormônios como a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Quando a tireoide é removida ou danificada, essa produção hormonal é interrompida ou diminuída, levando a um estado de hipotireoidismo.
O tratamento com hormônio tireoidiano sintético, como a levotiroxina, visa substituir os hormônios que a tireoide do paciente não pode mais produzir. A levotiroxina é a forma sintética do T4, um dos principais hormônios produzidos pela tireoide. O ajuste da dosagem é feito com base em exames de sangue regulares, que monitoram os níveis do hormônio estimulante da tireoide (TSH) e, em alguns casos, os níveis de T4 livre.
É importante salientar que cada paciente pode ter necessidades diferentes em relação à terapia de reposição hormonal. Fatores como a quantidade de tecido tireoidiano removido, a razão para a ablação (como câncer de tireoide ou hipertireoidismo), e a saúde geral do paciente influenciam a necessidade e a dosagem do hormônio tireoidiano. Além disso, a terapia de reposição hormonal é geralmente uma terapia a longo prazo, muitas vezes necessária por toda a vida do paciente.
O acompanhamento regular com um endocrinologista é crucial para garantir que a dosagem do hormônio tireoidiano seja adequada e para monitorar qualquer efeito colateral ou necessidade de ajuste na terapia. Isso assegura que os pacientes mantenham níveis hormonais saudáveis e reduzam o risco de complicações associadas ao hipotireoidismo, como fadiga, ganho de peso e problemas cardiovasculares. Portanto, a terapia de reposição hormonal é uma parte essencial do cuidado para pacientes que passaram por ablação da tireoide
É necessário tomar algum medicamento antes de realizar a ablação de tireoide?
Antes de realizar uma ablação da tireoide, pode ser necessário tomar certos medicamentos, dependendo do tipo de ablação e da condição específica do paciente. No caso da ablação com iodo radioativo, comumente utilizada para tratar o hipertireoidismo ou câncer de tireoide, os médicos podem prescrever medicamentos antitireoidianos. Estes medicamentos, como o metimazol ou propiltiouracila, ajudam a regular os níveis hormonais da tireoide, preparando o corpo para o procedimento. Eles são utilizados para diminuir a produção de hormônios tireoidianos e aliviar os sintomas do hipertireoidismo.
Além disso, pode ser necessário interromper temporariamente a ingestão de hormônios tireoidianos sintéticos, caso o paciente já os esteja tomando, para aumentar a eficácia da ablação com iodo radioativo. Esta pausa permite que os níveis de hormônio estimulante da tireoide (TSH) aumentem, o que pode tornar as células da tireoide mais receptivas ao tratamento. Em algumas situações, os pacientes podem receber injeções de TSH recombinante para estimular a tireoide antes da ablação.
É importante ressaltar que a necessidade e o tipo de medicação variam de acordo com cada caso. Portanto, a orientação de um endocrinologista ou de um médico especializado é essencial para determinar a medicação apropriada antes de uma ablação da tireoide. Eles avaliarão o histórico clínico do paciente, a natureza da condição da tireoide e outros fatores de saúde relevantes para personalizar o tratamento pré-ablação. O acompanhamento médico cuidadoso assegura que o paciente esteja nas condições ideais para o procedimento, minimizando riscos e potencializando os resultados da ablação.
Quando a ablação de tireoide é indicada?
A ablação da tireoide é frequentemente indicada para pacientes com diagnóstico de câncer de tireoide. Após a remoção cirúrgica da glândula (tireoidectomia), a ablação com iodo radioativo é utilizada para destruir quaisquer células tireoidianas remanescentes, incluindo possíveis células cancerígenas. Este procedimento ajuda a reduzir significativamente o risco de recorrência do câncer, além de facilitar o monitoramento futuro de possíveis recidivas, permitindo uma maior precisão no acompanhamento médico.
Outra indicação comum para a ablação da tireoide é o tratamento do hipertireoidismo, especialmente em casos onde outras abordagens, como medicamentos ou cirurgia, não são viáveis, eficazes ou preferidas pelo paciente. A ablação com iodo radioativo é uma opção eficiente para reduzir a atividade excessiva da tireoide, aliviando os sintomas do hipertireoidismo. Este procedimento é particularmente útil em pacientes com doença de Graves, nódulos tireoidianos hiperativos ou bócio multinodular tóxico.
Além disso, a ablação pode ser indicada para o tratamento de nódulos tireoidianos benignos que causam sintomas de compressão, como dificuldade para engolir ou respirar, ou que esteticamente causam desconforto ao paciente. A decisão de prosseguir com a ablação da tireoide deve ser tomada após uma avaliação detalhada do estado de saúde do paciente, a natureza e o tamanho dos nódulos ou do câncer, e após considerar todas as outras opções de tratamento disponíveis. É fundamental que o procedimento seja realizado sob a orientação de um especialista em tireoide para garantir o melhor resultado possível para o paciente.